domingo, 10 de abril de 2011

A sua boca está acabando com o mundo!

O lado escuro da comida
A indústria da comida nunca produziu tanta porcaria. Seu prato polui mais que o seu carro. E estamos sendo envenenado por pesticidas.

A agropecuária industrial

Tudo começa nos combustíveis fosseis. Petróleo, carvão e gás natural são a matéria-prima para fertilizantes, que é matéria-prima de tudo que você come, seja alface, hambúrgueres, queijo, molho especial, nugget, etc.

Sem os fertilizantes não haveria alimentos para todos, eles são os anabolizantes para plantas. Mas o problema é que assim acaba com mundo. Um saco de fertilizante de 100 quilos emite 4 vezes esse peso em CO2 para ser fabricado. Ainda depois de aplicado no solo emite pelo menos 1 quilo do nitrogênio da sua própria composição química, é liberado no ar em forma de oxido nitroso, um gás 300 vezes pior que o CO2.

A agropecuária consegue emitir 33% dos gases-estufas do mundo, mais que todos os carros, aviões, trens e navios juntos, que somam 14%. Além disso, os fertilizantes deixam resíduos de baixo da terra que chegam a lençóis freáticos e acabam no mar, contaminando toda vida marinha e a água potável.


Tudo isso é pouco comparado ao que a comida moderna pode fazer ao seu corpo. Veja por que. 

Você é feito de milho e soja

Metade da área plantada no Brasil é de soja, que aparece em 70% dos alimentos processados. Os americanos tem um terço das lavouras dominadas pelo milho. Isso porque soja e milho produzem mais calorias que a maioria das plantas, são resistentes ao transporte e anos de estocagem, entre outras vantagens.

Hoje, praticamente toda carne sai de fazendas de confinamento, são galpões onde o gado fica estocado e engordando. Mas pra crescerem rápido e irem logo para o abate o alimento não é pasto, é ração a base de milho e soja. Só que o metabolismo do animal não aguenta processar tanta comida indigesta, então acrescentam antimicróbicos na ração. Mas isso transforma o estomago do animal em um nicho, fazendo que a bactéria mais forte sobreviva, criando assim super-bactérias resistente ao medicamento. O maior perigo é se elas forem paras nas prateleiras de mercados, contaminando e matando pessoas, infelizmente essa é a realidade dos americanos.


No Brasil isso não é problema. Só 6% do nosso abate vem de confinamentos, contra 99% dos EUA. Aqui os animais ficam soltos, bom pra eles e ruim para as florestas. Nosso pasto são formados à custo de desmatamento da Amazônia e do Cerrado. Isso leva o Brasil ao posto de 5° maior emissor de CO2 do mundo. Quase 52% dos nossos gases-estufas vêm do desmatamento. Para frear isso a solução é o confinamento. Só que essa modalidade cria tantos impactos ambientais quanto uma cidade grande: lixo, esgoto, rios poluídos, etc. Os animais produzem 130 vezes mais dejetos que todos os americanos juntos.

Veneno na feira

Tão fundamentais para a agricultura moderna quanto os fertilizantes são os pesticidas. Ainda mais na demanda de produtos nos dias de hoje, ou seja, não da pra abrir mão deles.

O surgimento de novas pragas, como a ferrugem de soja, transformou o Brasil no país mais consumidor de agrotóxicos do mundo. Mas a façanha tem consequencias, que apareceram quando a Anvisa divulgou o relatório sobre resíduos de agrotóxicos nas frutas, verduras, legume e grãos que o brasileiro consome. Das 3130 amostras de 20 culturas de alimentos estudadas pela agência em 2009, 29% apresentam alguma irregularidade. O ideal seria comprar alimentos orgânicos, que apresentam mais nutrientes por centímetro cúbico e nunca recebem pesticidas. Mas a produção da lavoura é 30% menos que a convencional, trazendo a elevação de 30% aos preços dos vegetais.


Estamos cada vez mais carnívoro isso é fato. A China, por exemplo, passou a comer 25% de toda carne do planeta. Se diminuíssemos o consumo de carne poderíamos alimentar todo mundo apenas com orgânicos. Isso porque a boa parte do que plantamos é pra alimentar amimais. Uma peça de picanha, por exemplo, precisa de 75 quilos de vegetais para ser produzida. Hoje temos 20 bilhões de animais de criação, e a estimativa da ONU é que esse número vá dobrar até 2050. Será que o mundo aguenta?

Precisamos de mais revoluções alimentares. A conscientização sobre os perigos da fast food e da comida processada já começou. A ciência também tem feito seu papel, pesquisando formas alternativas, como plantas geneticamente modificada e carne de laboratório. Seria uma espécie de segunda Revolução Industrial da comida. Esta acontecendo aos poucos. Mas uma coisa é certa: não podemos ser idiotas e esperar pelo colapso.

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